Supermercados: perdas chegam a R$ 4,74 bi

PROBLEMA OPERACIONAL E FURTOS

Supermercados: perdas chegam a R$ 4,74 bi

22.01.2014


A cada R$ 100 faturados nos pontos de venda supermercadistas, R$ 1,95 segue direto para o lixo, aponta a Abras


Desde 2008, o índice de perdas nos supermercados brasileiro vêm diminuindo. Ainda assim, a cada R$ 100 faturados nos pontos de venda, R$ 1,95 segue direto para o lixo. Esse foi um dos dados divulgados na quinta edição do workshop “Qualifica Acesu”, promovido ontem pela Associação Cearense de Supermercados (Acesu). O evento aconteceu na Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) do Ceará e teve como tema “Prevenção de Perdas & Consumidores e Categoria”. Empresários de todo o Ceará lotaram o auditório para ouvir os palestrantes.


33,4% das perdas devem-se a quebra operacional, furtos externos (21,4%) e interno (13,1%) e erros administrativos (12,7%) FOTO: ELISÂNGELA SANTOS


Um deles foi o representante da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcos Manéa, responsável pela Escola Nacional de Supermercados da instituição. “O setor só vai conseguir melhores resultados quando disseminar entre seus colaboradores a cultura de prevenção de perdas”, destaca.


Manéa apresentou aos participantes do workshop dados referentes à Pesquisa de Prevenção de Perdas 2013, levantamento que contou com a colaboração de diversas entidades, inclusive a Abras. De acordo com a pesquisa, o setor supermercadista brasileiro faturou R$ 242,9 bilhões em 2012, 8,29% a mais que em 2011, quando foram contabilizados R$ 224,3.


O índice de perdas teve uma pequena queda de 1,96% para 1,95%. No entanto, o valor de perdas em 2012 foi R$ 4,74 bilhões, 1,71% acima dos R$ 4,66 bilhões registrados no ano anterior. “Pode parecer pequeno, mas isso representa um prejuízo de aproximadamente R$ 80 milhões”, afirma Manéa.


Causas


Do total de perdas do último levantamento, 33,4% estão ligados a quebra operacional; furtos externos (21,4%); furto interno (13,1%); erros administrativos (12,7%); fornecedores (11,4%); e outros (8,1%).


Se levarmos em consideração apenas a quebra operacional, que responde pelo maior percentual, o levantamento revela que as causas dos prejuízos são: produtos com validade vencida (36,3%); produtos danificados por clientes (18,8%); produtos danificados por colaboradores (17,8%); embalagens vazias cujo conteúdo foi furtado (14,1%); e outros (13%).


Mais afetados


O segmento mais afetado nos estabelecimentos supermercadistas é o de perecíveis, que abrange as seções de frutas, legumes e verduras (FLV), açougue, frios e laticínio e padaria. Em seguida, aparecem as seções de mercearia seca; mercearia líquida; higiene e limpeza; perfumaria; bazar; eletro; e têxtil.


Planejamento

O workshop contou com palestra do controller da rede de supermercados do Paraná Condor Super Center, Eder Ismael Motin. Segundo ele, as perdas estão diretamente relacionadas a fatores como falta de planejamento, de organização, de eficiência/eficácia e de produtividade.


Nova etapa


O presidente da Acesu, Severino Ramalho Neto, afirma que o Qualifica Acesu começa uma nova etapa em 2014, colhendo os resultados do ano passado. “Tivemos boa receptividade dos nossos associados, que sempre lotaram o auditório da FCDL. Realizar nossas palestras com o apoio da Abras é mais um demonstrativo da força do nosso setor”, ressalta. Ao todo, 214 empresas responderam à Pesquisa de Prevenção de Perdas 2013, o equivalente a 2.217 lojas e 327 centros de distribuição. Juntas, faturaram em 2012 R$ 80 bilhões, 34% do valor nacional.