O transporte de materiais é de suma importância para a economia global, independente do modal escolhido.
No Brasil o transporte de carga apresenta as seguintes participações modais: rodoviário, 61,1%; ferroviário, 20,7%; aquaviário, 13,6%; dutoviário, 4,2%; e aéreo, 0,4%.
Cerca de 1,6 milhões de km de rodovias, federais, estaduais e municipais, mas apenas cerca de 212 mil km são pavimentadas, ou seja, pouco mais de 13% do total. Segundo a última pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, 67% das rodovias pavimentadas brasileiras podem ser classificadas como deficientes, ruins ou péssimas.
Assim é imprescindível planejar considerando o custo x benefício do modal, partindo do princípio que devemos entregar no tempo certo a quantidade solicitada.
Segundo o estrategista chinês Sun Tzu (2006, p.53) “Nos planos de um chefe inteligente, as considerações sobre vantagens e desvantagens devem estar harmonizadas. Se a nossa expectativa de vantagens for mesclada dessa maneira, poderemos ter sucesso no cumprimento da parte essencial dos nossos planos”.
Dessa forma listo algumas dicas e recomendações para a realização do check list com foco no modal rodoviário:
Definir o roteiro de viagem prevendo e estabelecendo os locais para abastecimento, refeições e eventuais pernoites (quando for o caso).
Informar ao motorista e ajudante o horário de atendimento do recebedor dos materiais.
O motorista deve possuir CNH compatível com o tipo de material a transportar e veículo a dirigir.
Fornecer ao motorista e ajudante calçado de segurança e uniforme com logotipo da empresa e, se possível, com o nome do usuário.
O motorista deve possuir os EPI’S recomendados pelo empregador e pelo recebedor.
Fornecer ao motorista e ajudante crachá que contenha o nome completo, RG, CPF, foto e tipo sangüíneo, bem como os dados da empresa e número de telefones para os casos de emergência.
A acomodação dos materiais no interior do veículo deve estar de acordo com o roteiro.
Todos os materiais devem sempre ser acompanhados da respectiva DANFE – Documento auxiliar da nota fiscal eletrônica (NFE).
Não permitir caronas ou a permanência e nem o transporte de crianças no veículo.
Os tacógrafos devem ser auditados e à prova de fraude.
Os pneus devem estar em bom estado de conservação e calibração adequada.
O nível de óleo e validade deve ser verificado permanentemente.
A quantidade de combustível deve atender o roteiro e prever reserva, afinal em tempos de chuva, é possível que tenhamos que refazer o roteiro por conta de queda de barreiras entre outros.
O Triangulo de emergência deve estar inteiro e pronto para ser utilizado.
O pneu estepe deve estar cheio e em bom estado de conservação.
O Extintor deve estar dentro da validade de garantia, inspeção e ensaio hidrostático do cilindro.
A parada para almoço deve ser realizada em locais conveniados, levando em consideração local para estacionar o veículo.
Verificar junto ao recebedor as dimensões de acesso da portaria, muitas entradas são estreitas e incompatíveis com o tamanho do veículo.
As placas de identificação do veículo precisam estar legíveis.
Implantar um controle de fumaça preta.
Definir se haverá escolta e, em caso positivo, se ela será velada, ostensiva, armada ou desarmada.
Definir o sistema de comunicação entre a base, o veículo e a escolta (quando houver).
Definir o sistema de rastreamento e bloqueio.
Definir a utilização de botão de pânico fixo e móvel.
Contratar seguro para a carga e veículo.
Definir a instalação de câmeras na cabine e local da carga.
Contratar gerenciadora de riscos.
Observa-se que as recomendações são de prevenção e reação, exigindo um planejamento integrado de muitas áreas, tais como segurança patrimonial, fiscal, segurança do trabalho, manutenção, entre outras.
Portanto, a integração das áreas dentro da cadeia como um todo, deve ser estimulada continuamente, assegurando por meio da prevenção de perdas o gerenciamento de riscos e a continuidade dos negócios.
É óbvio que este artigo tem a finalidade de aguçar o planejador, contribuindo com o processo de melhoria contínua.
Não podemos esquecer que um plano de gerenciamento de crises deve fazer parte da Prevenção de Perdas, bem como, o plano para atendimento de emergências e retorno das atividades.
Autor: Adm. Teanes Silva – Administrador, Professor, Consultor de Segurança e Riscos, e Diretor Suplente – Conselho Fiscal ABSEG.