O crescimento dos “não medicamentos” e suas consequências
Janeiro de 2013 – Recentes publicações, como as da Abrafarma, entre outras, indicam um crescimento significativo do mercado farma. As condições sociais e econômicas em evolução e o crescimento dos planos de saúde geram um consumo crescente, porém, muito aquém ainda de nossas reais necessidades. Somente considerando as filiadas da Abrafarma, aproximadamente 3.300 farmácias e drogarias, com mais de 10 mil checkouts em uso, o crescimento de 2011 sobre 2010 foi de 16,45% na venda de medicamentos e de 26,95% de “não medicamentos”, representando um crescimento total de 19,42%.
O que isso quer dizer? Que os “não medicamentos”, hoje, já somam aproximadamente um terço do faturamento e começa a gerar mudanças significativas na gestão da loja, seja na arquitetura mais arrojada, um ambiente mais clean ou na melhoria do atendimento e serviços.
Conforme recentes comunicados de negócios já realizados, esse mercado está sendo cobiçado por multinacionais e não estamos falando apenas das farmácias e drogarias, mas, empresas de saúde como um todo. O que nos gera uma maior proximidade, principalmente por considerarmos que as empresas norte-americanas precisam, pelas atuais circunstâncias, investir fora de seu país, e sem sombra de dúvidas, o nosso mercado seria o potencial mais atrativo.
Por outro ponto de vista, esse crescimento significativo de “não medicamentos” ocasiona consequências esperadas, pois cada vez mais produtos de pequeno tamanho e alto valor agregado precisam ser expostos e estarão disponíveis aos já conhecidos “furtantes”, externos e internos, pela atratividade de produtos como cremes, xampu um lápis para olhos.
Essa experiência já conhecida de supermercadistas em seções de cosméticos e medicamentos, vivenciada tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, passa a ser uma necessidade dos gestores de uma drogaria e farmácia tradicional, que até então possuíam procedimentos completamente diferentes. Câmeras, etiquetas de proteção e treinamento adequado são fundamentais, e por que não dizer uma relação diferente entre funcionário e empresa modificando-se o que já estavam acostumados anteriormente.
Algumas empresas têm evoluído significativamente nesses quesitos, com mudanças drásticas em sua política e filosofia de trabalho. O exemplo atual e mais representativo de tudo o que temos falado, tanto do ponto de vista de fusão quanto do crescimento de “não medicamentos” é uma clara política de prevenção de perdas, que deve estar sempre em constante evolução.
Hoje, nas maiores redes americanas e francesas é comum o mobiliário de autosserviço ser desenhado e equipado com sistemas de proteção, que impedem o furto de grandes quantidades, do tipo “limpar um gancho”, pois apenas um item de cada vez poderá ser retirado e alguns fazem um ruído a cada retirada, alertando a segurança quando vários produtos são retirados sequencialmente, indicando uma ação de furto.
Lembre-se a ocasião faz o ladrão. Velho chavão que cada vez mais é atual.
Autor: Luiz Fernando Sambugaro, diretor de comunicação da Gunnebo Gateway Brasil. Site: www.gateway-security.com.br