A Prevenção de Perdas como Área Estratégica das Organizações

Os modelos tradicionais das empresas estão adaptando-se a realidade de constituirem uma área de Prevenção de Perdas.  
Uma das grandes dúvidas é aonde ela deve ser inserida na estrutura organizacional, para que esteja alinhada com sua importância estratégica.

Muitas vezes, confunde-se o trabalho da área de Prevenção de Perdas com questões operacionais de vendas, por causa da forte atuação nesta parte da empresa, e dentro deste contexto, algumas organizações reportam essa área à Diretoria de Vendas. Porém, esquece-se que um dos o trabalho da Prevenção de Perdas é auditar os processos operacionais, incluindo o de vendas, e para tal, é necessário que haja independência desta Diretoria, porque, muitas vezes, erros serão apontados, expondo seu trabalho e evocando questões políticas.

Em outras oportunidades, por tratar-se a área de Prevenção de Perdas ligada muito à ação de redução de perdas de estoque, e sendo estoques, um assunto gerenciado pela Logística, é alocada junto a esta diretoria. Porém mais uma vez, Prevenção de Perdas audita processos de recebimento de mercadorias, armazenagem, distribuição, transporte, nas lojas e centros de distribuição, o que inviabiliza novamente uma atuação eficiente

Por fim, um exemplo comum é organizar esta área junto à Diretoria Administrativa e Financeira, em razão da importância quanto ao retorno financeiro e contábil que a Prevenção de Perdas possui. Entretanto, mais uma vez, auditorias financeiras e administrativas, podem não gerar o resultado esperado pela organização.

Desta forma, uma tendência que deve ser seguida pelas organizações é alinhar as diferentes correntes das áreas de gestão de riscos, direcionando-as a uma única diretoria, que por sua vez, reporta-se de forma integral e independente a Presidência da organização. Desta forma, é possível atingir com maior facilidade as metas rígidas das normas mundiais praticadas para melhoria da administração das organizações, contempladas na Governança Corporativa, como por exemplo, a Sarbanes-Oxley.

Esta seria uma denominada uma Diretoria de Prevenção de Perdas, aonde existiram as gerências de Riscos e Inteligência, Segurança Corporativa, Auditoria e de Prevenção de Perdas, por exemplo. Outras gerências podem surgir como Segurança da Informação.

A independência de atuação é fundamental para que a ação desta Diretoria possa ser efetiva na busca de resultados, já que todos os pontos de risco e sugestões de melhoria serão reportados à Presidência da empresa, que tem poder e autoridade sobre o restante da organização.

Para a atuação como área estratégica dentro da organização, é recomendável que as empresas adotem este tipo de estrutura, que demonstra a importância da área dentro da organização e garante que suas ações tenham o resultado ideal para os negócios.

Autor: Anderson A. Ozawa é bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Luís, com MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas. 


É especialista em Prevenção de Perdas, Riscos, Auditoria Interna e Segurança e atualmente, executivo  no segmento de Drogarias, atuando na área desde 2000 em grandes varejistas. 

Professor universitário, estudioso e autor de diversos artigos relacionados ao assunto, com participação constante em eventos de Prevenção de Perdas na América Latina. É o fundador do blog Prevenção de Perdas Brasil – www.prevencaodeperdasbrasil.com – , do grupo de mesmo nome no Linkedin e membro do Grupo de Prevenção de Perdas – GPP, do Provar/FIA.