As Perdas na Cadeia de Suprimentos – Parte II
Na postagem anterior, conversamos sobre as operações de Recebimento, desde o  fornecedor até o centro de distribuição.
Agora vamos avaliar as operações do centro de distribuição até as lojas ou  unidades de negócio.
Neste momento, é importante avaliar diversos pontos que estão ligadosPartindo  do pressuposto de corrigirmos o problema na origem, é importante conversamos  neste momento sobre as operações de Recebimento, desde o fornecedor até o centro  de distribuição.
Não é possível estabelecer um programa de prevenção de perdas sem que os  processos da empresa estejam devidamente mapeados e normatizados. Quando existe  o mapeamento de processos de uma empresa é o momento que os gestores têm uma  visão de como as coisas realmente acontecem dentro da empresa. E esta é a  oportunidade de identificar os riscos existentes e implantar controles  eficientes para mitigar estes riscos, reduzindo e controlando assim suas  perdas.
Alguns pontos importantes no processo de recebimento, que é um dos que  possuem mais riscos inerentes são:
- 1) Qualidade Assegurada no Fornecedor
 
Devem ser realizadas visitas nos fornecedores para verificação na origem dos  padrões de qualidade contemplados no processo de compra, através de peças  piloto, documentos técnicos, etc. Dessa forma, o fornecedor pode ser qualificado  na origem e reduzir a chance de envio de produtos fora do padrão ideal.
- 2) Padrão de Qualidade no Transporte
 
Estabelecer junto aos fornecedores um documento formal que indique quais são  os padrões aceitáveis pela sua empresa com relação à qualidade no transporte:  tipo de caminhão, modelo de baú, acondicionamento dos produtos, capacidade de  armazenamento dos caminhões, perfil dos motoristas, análise de risco,  monitoramento dos caminhões, entre outros.
- 3) Agendamento de Entrega por Fornecedor
 
Programação antecipada das entregas dos fornecedores, para garantir a  quantidade de colaboradores no recebimento compatível com a quantidade de  volumes/unidades recebidos por dia, mantendo assim, os níveis de controle  aplicáveis.
- 4) Controle de Qualidade Amostral no Recebimento
 
Aplicar de forma amostral, naqueles fornecedores que não possuem nível de  Qualidade Assegurada, conforme item 1, controle de qualidade nos produtos  recebidos da mesma forma, só que neste momento, no próprio centro de  distribuição.
- 5) Conferência no Recebimento de Produtos
 
Todos os caminhões recebidos devem ser conferidos para garantir o correto  recebimento quantitativo dos volumes de acordo com a Nota Fiscal ou Romaneio  Informativo e o correto recebimento qualitativo, para identificar avarias.
- 6) Controle de Acesso na Área de Recebimento
 
Formalizar quais são os cargos e funções que podem transitar no espaço  reservado ao recebimento de produtos.
- 7) Controle Específico para Produtos de Alto Risco – PAR
 
A empresa deve identificar quais são seus Produtos de Alto Risco – produtos  que são mais visados, têm altos índices de perda de inventário e geralmente  possuem alto valor agregado – para que sejam controlados de forma específica –  agendamento em horário controlado, doca direcionada, conferência 100% de  volumes/unidades e qualidade, armazenamento imediato no centro de distribuição,  etc.
- 8) Utilização de Sistema WMS
 
Implantação de sistema WMS – Warehouse Management System (Sistema de  Gerenciamento de Armazéns) – para garantir maior controle sistêmico das  interfaces existentes – pedidos de compra versus nota fiscal do fornecedor,  controle de posições de armazenagem no CD, etc.
Todos estes pontos devem ser analisados pelas empresas para que consigam  mitigar os riscos de perdas no processo recebimento dentro da cadeia de  suprimentos. Quanto mais os processos no recebimento estão definidos pela  empresa varejista junto aos fornecedores e a empresa varejista implanta  controles e os aplica de forma eficaz, como conseqüência as perdas tendem a  reduzir e a ficar controladas.
Porém, em ambientes aonde não existem controles de perdas, o risco tem mais  probabilidade de concretizar-se em um evento com impacto financeiro negativo  alto que reduzirá o lucro da sua empresa.
Autor: Anderson A. Ozawa é bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade São Luís, com MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas. 
É especialista em Prevenção de Perdas, Riscos, Auditoria Interna e Segurança e atualmente, executivo  no segmento de Drogarias, atuando na área desde 2000 em grandes varejistas. 
Professor universitário, estudioso e autor de diversos artigos relacionados ao assunto, com participação constante em eventos de Prevenção de Perdas na América Latina. É o fundador do blog Prevenção de Perdas Brasil – www.prevencaodeperdasbrasil.com – , do grupo de mesmo nome no Linkedin e membro do Grupo de Prevenção de Perdas – GPP, do Provar/FIA.