Prevenção de Perdas: o que aconteceu em 2011 e o que virá em 2012
Prevenção de perdas: o que aconteceu em 2011 e o que virá em 2012
Ao longo dos anos a prevenção de perdas no Brasil tem evoluído positivamente. Cada vez mais as empresas estão tomando consciência de que em um ambiente altamente competitivo, aonde o consumidor não mantém a mesma fidelidade no ato da compra, as perdas que ocorrem em diversas áreas da organização tem peso na lucratividade final e no resultado que os administradores devem apresentar aos acionistas.
Nos diversos segmentos do varejo, observo que além do tradicional ramo supermercadista que é pioneira no trabalho de redução e controle das perdas, os varejos de materiais de construção, drogarias, farmácias, lojas de vestuário, lojas de departamento, estão em busca de conhecimento e profissionais para constituir esse departamento estratégico em suas empresas.
Porém, quando isso acontece, deparam-se com algumas dificuldades com a escassez de literatura sobre o assunto e de cursos de especialização ou técnicos e também, a dificuldade em encontrar profissionais que tenham o perfil que a área solicita – visão holística, gestão por processos e riscos, liderança, metodologia de auditoria, versatilidade, conhecimento operacional, entre outros – para que possam contratar.
Outra dificuldade importante a ser mencionada é que o varejo no Brasil ainda não tem a gestão por processos como direcionador. Sendo assim, poucas empresas têm os processos escritos, normas e políticas definidas, papéis e responsabilidades claros. A falta de processos é um dos principais causadores das perdas no varejo.
Além disso, a prevenção de perdas é uma atitude diária de todos os colaboradores da empresa, começando do Diretor Presidente até o menor cargo dentro da estrutura organizacional.
E uma constatação importante em 2011 é que o conceito de prevenção de perdas saiu do grupo seleto dos grandes varejistas e está cada vez mais inserido nas médias e pequenas empresas. Não importa se é apenas uma loja, dez lojas ou uma cadeia de centenas de lojas. A perda sempre vai existir e consumir o lucro. Seja a perda de inventário que é mais conhecida, mas, também as demais perdas em produtos como por vencimento, sazonalidade ou avarias. Ou as perdas financeiras – tesouraria, caixas, etc. -, perdas de crédito – inadimplência, cheques devolvidos, cartões clonados, etc. -, perdas comerciais – ausência de políticas de devolução ao fornecedor, preços errados no ponto de venda, etc. –, perda de imagem, etc.
Ao reunirmos todos estes índices podemos chegar à conclusão de que cerca de 2% ou mais do faturamento é perdido. O que é inadmissível!
Porém, 2012 é um ano em que enxergo boas tendências para os profissionais de prevenção de perdas, para as empresas que possuem a área constituída e para as empresas que se dedicam a oferecer serviços e equipamentos para prevenção e redução de perdas.
Cada vez mais os profissionais desta área estão sendo valorizados e reconhecidos pelo mercado de trabalho, pois, seus trabalhos estão impactando diretamente nos resultados apresentados, trazendo para isso um posicionamento estratégico fundamental para a continuidade dos negócios da empresa. Tenho um grupo de discussão no Linkedin – Prevenção de Perdas Brasil – que é um ótimo indicador. Hoje, mais de 1000 membros estão cadastrados e participam ativamente das discussões postadas e o local tornou-se um celeiro de profissionais que se recolocam e praticam networking. Com base nele, surgiu o blog Prevenção de Perdas Brasil, que está tornando-se referência em conteúdo sobre o assunto para os profissionais brasileiros.
Empresas que antes se contentavam com uma estrutura enxuta de prevenção de perdas, aonde em alguns casos uma pessoa tinha que fazer tudo e não fazer nada, agora constituem áreas que cuidam de diversas operações, desde a apuração dos resultados através da contagem em inventários, aquisição de tecnologias de proteção eletrônica de produtos, de monitoramento de imagens, de análise de relatórios de exceção, contratação de fiscais de loja, trabalhos junto a centros de distribuição, canais de denúncia, entre outros, com a gestão de um diretor ou gerente com experiência no mercado, metodologia de trabalho, vivência no varejo e visão de gestão de riscos corporativos.
A oferta de empresas de tecnologia, prestadores de serviço e outros especialistas crescem a cada dia, trazendo novidades do exterior e inovações nacionais para prevenir, controlar e reduzir as perdas. E o bom é que os varejistas sabendo o que precisam, passam a exigir mais destas empresas, o que aumenta a qualificação e a satisfação no produto final entregue. Não existem lugares para amadores, quando se fala em investimento para aumentar a lucratividade e a competitividade do varejista.
Em minha experiência executiva em auditoria e prevenção de perdas em diversos segmentos – bancos, indústria, varejo de vestuário e varejo farmacêutico – e como estudioso nos demais, através de reuniões, treinamentos realizados, grupos de estudo, etc., externo minha opinião que é impossível imaginar qualquer a gestão de uma empresa sem uma área de prevenção de perdas, auditoria e gestão de riscos. Com uso estratégico a empresa obtém ganho em todas as suas áreas de atuação, tornando-se mais eficiente e eficaz, e controlando/monitorando os pontos críticos e de riscos em seus processos.
Por isso, em 2012, todos que estão ligados à prevenção de perdas, enxerguem oportunidades, ao invés de problemas. Nosso desafio é continuar o árduo trabalho de demonstrar as potencialidades e o quão necessária é a área para os varejistas. É mostrar que reduzir os 2% ou mais do faturamento, como mencionamos anteriormente, significa um aumento de 20% ou mais no lucro da empresa.
Saiba mais discutindo em nosso grupo no Linkedin – www.linkedin.com.br – os assuntos pertinentes, acessando nosso blog http://www.prevencaodeperdasbrasil.blogspot.com.br/ ou através dos emails prevencaodeperdasbrasil@gmail.com ou andersonozawa@gmail.com.
Reduzir as perdas é tornar-se competitivo, lucrativo e preparado para o crescimento.
Autor: Anderson A. Ozawa – Professor, executivo e especialista em Prevenção de Perdas, Gestão de Riscos, Auditoria e Segurança. Fundador do blog Prevenção de Perdas Brasil e do grupo no Linkedin de mesmo nome, com mais de 1000 participantes.