Brasil tem primeira ‘loja inteligente’ da América Latina
iPads, telas de LED e provadores interativos atraem consumidor.
Clientes viram as páginas de um catálogo eletrônico sem tocar na tela.
Do PEGN TV
O Brasil já tem a primeira loja inteligente da América Latina. A tecnologia oferece facilidades ao consumidor, como o uso de iPads, telas de LED e provadores interativos. A loja funciona na Grande São Paulo e atrai a atenção dos consumidores.
O comércio vende moda surf e esbanja tecnologia já na entrada. Adjetivos não faltam para a primeira loja inteligente da América Latina. Os clientes viram as páginas de um catálogo eletrônico sem tocar na tela, graças a um sensor instalado debaixo do monitor. “Só entrei na loja exatamente pelo fato de facilitar, de poder ver o book só com o movimento da mão”, diz Samare Duarte, consumidora.
Toda a tecnologia da loja foi desenvolvida pela empresária brasileira Regiane Romano. Ela é especialista em transmissão por radio frequência, e cria projetos para o varejo. Foram instaladas oito antenas que transmitem sinais por toda a loja.
Mais surpresas não demoram a aparecer. Em uma holografia, por exemplo, o real e o virtual confundem os olhos da gente, num jogo de imagens.
A loja inteligente é fruto de uma parceria entre a empresária e a rede de franquias de moda surf. A idéia é fazer da loja um modelo a ser usado por outras empresas. O sistema organiza e controla o estoque, graças a microchips instalados dentro da etiqueta de cada produto.
“Na verdade, ele tem um RG. É um identificador, é um código. E a partir desse código eu vou para o sistema e coloco a foto, coloco a descrição, o preço, os produtos relacionados, o que combina com o que e aí eu consigo fazer toda a parte de interatividade, de entretenimento, de gestão, de verificar os produtos que estão precisando de ressuprimento, o que você vende mais, o que você deixou de vender”, explica a empresária.
Para o gerente da franquia, Leonardo Santos,,a tecnologia faz o negócio sair na frente, porque atrai clientes, reduz custos e otimiza a administração.
A loja tem 5 mil peças. Contar e classificar todas elas, que é o que se chama de controle de estoque, normalmente demora dois dias. Mas, com um aparelho chamado coletor eletrônico, é possível fazer tudo em minutos. “Ele tem um gatilho à medida que você pressiona e vai apontando para os produtos. Ele vai fazendo a contagem automática dessas referências, e traz tudo isso na tela”, afirma Leonardo Santos, gerente da rede de franquias.
“Nós temos o controle centralizado desse estoque em tempo real. Segunda coisa também é que nós reduzimos o custo, porque nós contratávamos uma empresa terceirizada e a partir de agora a gente consegue colocar essa contagem para o gestor da própria loja”, explica.
Ao todo, foram instalados 15 itens tecnológicos para melhorar a gestão do negócio. Um deles é um espelho interativo. É possível experimentar peças virtualmente. Há também tablets que apontam se uma roupa está fora do lugar, além de um sistema de câmeras evita furtos.
“A gente consegue identificar a peça que está sendo levada da loja e faz um vídeo do infrator”, diz Marcelo Chiaparini.
A tecnologia dos provadores está entre as que mais encantam os clientes. Natalia Cheque entra na cabine e o sistema registra na hora as peças que ela tem na mão. Em seguida, o monitor sugere combinações com a roupa que ela escolheu, e envia um torpedo para o celular da vendedora, que traz na hora as sugestões. “As vezes você não tem noção da peça que vai ficar boa com aquela peça que você escolheu e ele já te dá todas as opções. Eu achei incrível, sensacional”, diz Nathalia.
A inovação aumenta o faturamento da loja. O sistema instalado custa R$ 50 mil. Inclui três computadores, três tablets, dois monitores, oito antenas de radio frequência e dois leitores eletrônicos. Com 650 lojas em vários países, a rede de franquias escolheu o Brasil para testar o modelo de loja inteligente. A idéia agora é exportar a tecnologia para outras unidades pelo mundo. O conceito tem o nome de “varejo três, ponto zero” e propõe inúmeras facilidades.
“Agregar entretenimento, tecnologia, inovação, integrar com redes sociais, acesso a internet, uma gestão inovadora, uma gestão centralizada”, diz o gerente Santos.
E para a empresária que desenvolveu a tecnologia, a loja inteligente marca o início de uma revolução na gestão de negócios. “Nós estávamos 30 anos atrás quando o código de barras foi inventado, ninguém acreditava que ele chegasse ao chocolate e hoje todos os produtos tem o bendito código de barras. Com isso aqui vai ser exatamente igual, a diferença é que isso vai agilizar todos os processos e haverá ganho maciços ao longo de toda a cadeia.